Franciscanos festejam 115 anos na cidade

Tribuna de Petrópolis - 27/11/2011

Criação dos franciscanos de Petrópolis, os Canarinhos foram recebidos pelo papa e fazem sucesso internacional
Os três primeiros chegaram aqui em 16 de janeiro de 1896 por intermédio de Monsenhor João Batista Guidi, então Núncio Apostólico e que prestava assistência na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Em novembro daquele ano, chegaram mais seis. Desde então, a influência dos franciscanos em Petrópolis fez surgir instituições já centenárias como o Instituto Teológico Franciscano, o Convento do Sagrado Coração de Jesus, a Editora Vozes e a Escola Gratuita São José, que deu origem ao atual Bom Jesus Canarinhos. Na última quarta-feira, eles comemoraram 115 anos de atuação marcante na cidade.
A festa foi realizada na Faculdade de Teologia do Instituto Teológico Franciscano. O evento contou com a presença do Coral dos Canarinhos de Petrópolis e com palestrantes que analisaram a importância do estudo teológico no mundo contemporâneo. Frei Sandro Roberto, reitor do ITF, transmitiu breves palavras aos presentes. “Os ideais e valores daqueles que nos precederam continuam ativos e presentes no nosso hoje, com o chamado para atualizá-los frente a nossa atual realidade”, declarou ele.
Os pioneiros foram frei Ciríaco Hilcher, frei Zeno Walbroehl e frei Mariano Feldmann, todos alemães. O intuito de Monsenhor Guidi era que estes religiosos ficassem responsáveis pelo atendimento religioso e cultural dos imigrantes alemães e fizessem a integração social deste povo com os brasileiros. E esta história é muito bem contada pelos próprios frades que sempre relataram tudo que acontecia na fraternidade através de crônicas. Um desses primeiros cronistas foi frei Estanislau Schaette, que chegou um ano depois.
Hoje, estão restritos ao Sagrado e à Paróquia de Santa Clara, no Valparaíso. Desse contexto de atendimento catequético se destacam algumas figuras que se perpetuaram na história da cidade.
Entre eles estão frei Luiz Reinke, frei Leão Hessling e frei João José Pedreira de Castro. O primeiro, falecido em 1937, ganhou um busto no pátio do Sagrado e teve a estima não só de católicos, mas de todos aqueles que admiravam o zelo que tinha pelos fiéis que atendia desde 1900. Frei Leão por 33 anos, de 1929 a 1962, foi a imagem da Paróquia de Santo Antônio do Alto da Serra e deixou como legado o exercício da caridade e a construção das igrejas de Nossa Senhora da Glória, no Morin, e São Sebastião, no Indaiá. Já frei João José, petropolitano, notabilizou-se como professor e tradutor da Bíblia Sagrada para a edição Ave Maria, porém ficou famoso entre os populares por ter sido responsável pela construção do Trono de Fátima e do Teatro Mariano.
A Escola Gratuita São José começou a funcionar em janeiro de 1897. O prédio da rua Santos Dumont só foi inaugurado em 1991. Junto à escola, surgiu, em 1942, o Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, que deu origem ao Coral dos Canarinhos, o Coral das Meninas dos Canarinhos, Schola Gregoriana Pater Laetus (Coral dos Veteranos) e a Orquestra Filarmônica de Petrópolis. 
Já a Editora Vozes foi criada com a finalidade de produzir material didático para a escola dos alemães em 1901.

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