Costureiros podem decidir greve por reajuste salarial

Tribuna de Petrópolis - 14/10/2011

Hoje, às 18h30, no  auditório do Sindicato dos Metalúrgicos, será realizada mais uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário e, dependendo do que a categoria decidir, pode ser deflagrada greve em um dos principais ramos econômicos do município. A indústria da confecção reúne cerca de 10 mil pessoas empregadas direta ou indiretamente. A proposta do sindicato patronal aumentou, mas ainda não deve satisfazer aos anseios da classe, que pede R$ 750 de piso e 13% de reajuste salarial.
“ Recebemos uma contraproposta do Sindcon – sindicato patronal – e eles aumentaram um pouco a oferta final. Não posso revelar o valor antes da assembleia, mas digo que ainda é pouco. Vamos ouvir a categoria e, se eles optarem pela greve, vamos partir para a paralisação. Torço para que as pessoas compareçam hoje na assembleia. Fomos muito prejudicados com a defasagem dos últimos anos e estamos recebendo quase um salário mínimo”, declarou Jorge Luiz, presidente do Sindicato do Vestuário.
A defasagem a que Jorge se refere é o valor do piso, atualmente em R$ 650, que em setembro de 1999 fazia as costureiras ganharem 2,1 salários mínimos. Hoje, elas ganham somente 1,2 salários mínimos. Passadeiras, auxiliares de corte e estampadores também sofrem com a depreciação. Em relação ao mesmo período, ganhavam 1,5 mínimos e hoje ficam com menos de um (R$ 525). A terceira faixa de piso salarial, que engloba arrematadeiras e auxiliares de serviços gerais, coloca estes profissionais com menos de um salário mínimo também: R$ 515.
“Fiz esse levantamento em setembro. Os empresários precisam entender que a nossa busca tem uma razão, um motivo de ser”, explicou Mussel. “São 600 empresas formais registradas aqui no sindicato. Os cálculos dão conta de que o setor é responsável por 15% do PIB de Petrópolis. São números que mostram a importância da categoria. É preciso negociar”, completou ele. A ameaça de greve também foi feita nas negociações de 2010, mas as partes acabaram chegando a um acordo.

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