Tecnologia a serviço da psicologia na UCP

Tribuna de Petrópolis - 16/10/2011

O laboratório, montado por meio do convênio com a Faperj, tem 16 computadores e dois notebooks para experimentos
A Universidade Católica de Petrópolis, tradicional instituição de ensino da cidade, não deixa que o passado de muitas histórias seja o único motivo para ter o respeito do meio acadêmico. Ela também possui instalações modernas que servem de modelo para as universidades de todo o país. E uma delas é o Laboratório de Psicologia Cognitiva, que funciona no prédio do Serviço de Psicologia Aplicada, ao lado do campus Barão do Amazonas. O laboratório é o primeiro e único do Estado do Rio de Janeiro a desenvolver e aplicar pesquisas virtualmente, por meio da utilização de um programa de computador.
O laboratório possui 16 computadores e dois notebooks para experimentos. Os equipamentos foram adquiridos através de convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). A coordenação fica a cargo da professora Eliane Gerk, graduada pela UFRJ, com Mestrado e Doutorado em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas – FGV. Participam do projeto dois alunos bolsistas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq: Rafael Gomes da Silva e Renan Vieira de Sá Jardim, ambos do 9º período.
Eles já desenvolveram 12 experimentos desde fevereiro de 2010, sendo que três destes já foram colocados em prática. As três experiências já testadas são: Memória de Longo Prazo, Memória de Trabalho e Rotação Mental e têm até julho de 2012 para terminar. A primeira delas já está em fase de conclusão. “O nosso objetivo é conhecer os processos cognitivos do jovem e depois fazer uma comparação com universitários e idosos. Estamos testando a memória, atenção, raciocínio e a percepção”, explica a professora responsável pelo laboratório.
Para Rafael, 25 anos, que é um dos alunos bolsistas, é de extrema importância para o aprendizado participar de projetos desse tipo. “É ótimo. Você consegue trazer a teoria da sala de aula para a prática e ainda contribui para um experimento desse porte. Estou aqui há três anos e tudo o que passei foi importante, desde a busca bibliográfica, onde você fica sabendo o que os autores da área já estudaram, até a participação em congressos, onde apresentamos o nosso estudo”, descreveu ele. Ele citou ainda a pesquisa de Memória de Longo Prazo para objeto de uso comum.
Esse estudo foi primeiramente desenvolvido nos Estados Unidos, em 1973, utilizando a moeda de um centavo. Adaptado para o Brasil, eles utilizaram a moeda de um real. “O número de erros foi altíssimo, é incrível como as pessoas não conhecem a moeda de um real. O índice maior é do lado da coroa, que tem a efígie. E não há diferença entre homem e mulher, ambos erram na mesma proporção. O que observamos nesse estudo é que um objeto de uso cotidiano nem sempre é reparado por todos”, informou Eliane.
Para a coordenadora, os trabalhos não param. Ela anunciou mais um projeto do laboratório. “Planejamos desenvolver ainda um programa de promoção de habilidades cognitivas e sociais. Vamos ver em que os alunos de diferentes cursos da UCP precisam melhorar, em relação à memória e atenção seletiva, principalmente. Esse segundo ponto, por exemplo, consiste em, em meio a vários estímulos que chamam a atenção, identificar o mais importante”, comunicou ela que ainda destacou os frutos dessas experiências. “Os resultados dos trabalhos desenvolvidos viram novos conhecimentos. Além disso, nosso objetivo também é o de formar profissionais cientistas”, concluiu Eliane.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casa de Stefan Zweig será aberta ao público no mês de novembro

Os maiores campeões brasileiros

Os maiores campeões brasileiros