Coleta seletiva: renda extra e vida nova para petropolitanos

 Tribuna de Petrópolis - 08/10/2011

Na cooperativa Oficina de Jesus, ligada ao Padre Quinha, ex-dependentes químicos trabalham em busca de vida melhor
Na última semana, mais três bairros passaram a contar com a coleta seletiva promovida pela Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep). Bingen, Capela e Vila Militar se somam a Morin, Mosela e Valparaíso. O material recolhido nestas localidades é repassado para quatro cooperativas de reciclagem: Cooperativa de Esperança (Valparaíso), Associação dos Papeleiros Unidos Venceremos - Cascatinha (Apuv), Oficina de Jesus (Independência) e Cooperativa do Bataillard.
A cooperativa Oficina de Jesus, ligada ao projeto de reabilitação de dependentes químicos do padre Quinha, é uma das receptadoras de material reciclável na cidade. São 20 toneladas por mês, separadas entre plástico, papelão, pet, garrafas, caixas de leite, sacolas plásticas, jornais e papéis. Eles são abastecidos quinzenalmente pelos caminhões da Comdep.
Lá trabalham 17 pessoas, sendo 10 na separação do material coletado, um auxiliar de serviços gerais e uma cozinheira. Além deles, há ainda um marceneiro e um serralheiro que recondicionam a sucata que chega para coloca-la à venda no bazar, que funciona ali mesmo, onde ficam mais duas pessoas. Todos eles são comandados pelo administrador Celso Luís Lourenço, homem de confiança da Oficina de Jesus, que trabalha há 10 anos com o padre Quinha.
“Esse trabalho que desempenhamos aqui é muito importante. Todos já passaram pela recuperação da dependência química em um dos sítios da obra, mas estar aqui na cooperativa ainda é cumprir a última etapa do tratamento. É a nossa volta ao mercado de trabalho, uma readaptação”, relatou Celso. Ele disse também que o local se comporta como uma grande empresa, com horários e regras bem definidas. Os cooperados trabalham de 8h às 17h, com uma hora de almoço. “Os horários também servem para reeducar”, completou ele.
Para Celso, tem valido muito a pena participar dessa reabilitação com os seus companheiros. “A reciclagem é a porta de saída para a dependência química. Estar no sítio e decidir parar de beber é uma coisa, mas voltar para realidade e encontrar os velhos amigos de bar faz com que muitos caiam. Temos um aproveitamento de 90% aqui. A oração e o acompanhamento psicológico auxiliam muito a nossa recuperação” afirmou Celso.
O lucro da cooperativa é dividido entre eles e tem rendido cerca de R$ 200 para cada um. A cooperativa já funciona há cinco anos em um galpão na Estrada da Independência, será agora legalizada e passará a se chamar Rainha do Céu, no próximo mês. Eles também aceitam doações de materiais recicláveis e até compram, se for necessário. O telefone de contato é 2248-2320 e o endereço é Estrada da Independência, 1163.

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