Fim do convênio com o governo municipal

Tribuna de Petrópolis - 13/09/2011

Mãe de uma aluna do 4º ano, Rita Butinholi lamentou a decisão
O conselho administrativo do Instituto Metodista de Petrópolis (Imep) decidiu pôr fim ao convênio com o governo municipal na última sexta-feira. O acordo permitia que a escola disponibilizasse vagas do Ensino Fundamental, do 2º ao 9º ano, para a rede pública. São cerca de 250 alunos que estão nessa situação e vêem o futuro indefinido. A reclamação dos pais era de que nenhum representante da Secretaria de Educação esteve na reunião em que a direção da escola comunicou o fim do convênio, na sexta-feira.
“Os pais estão perdidos. A reunião só serviu para comunicar a decisão da escola, ficamos sem opções da Secretaria de Educação. Por exemplo, a mensalidade para a minha filha, que está no 4º ano, será de R$ 450. Só haverá desconto pra quem tem dois filhos (20%) ou até três (30%). Eu coloquei minha filha desde o maternal para ter o direito à vaga depois, e muitos fazem isso também. Tem pessoas que não têm condição de pagar”, declarou Rita Butinholi, dona de casa e mãe de aluna.
Esse é o caso de vários pais, como a advogada Adriana Rossi e Josias Borges dos Santos, que foram surpreendidos pela notícia. “Procurei a Secretaria de Educação nessa segunda-feira para obter mais informações. Eles disseram que nenhum representante foi convidado a participar dessa reunião e que isso foi uma decisão unilateral da Igreja Metodista”, informou Josias. Nas palavras de outros pais que estiveram na escola, na última sexta-feira o conselho divulgou que não interessava renovar o contrato do convênio nos termos atuais.
A questão foi acirrada após uma investigação do Ministério Público, no fim do ano passado, que questionava o sistema de entrada no Imep através da garantia de vagas para quem já pagava pelo ensino infantil. Foi assinado, em dezembro de 2010, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre a instituição de ensino e o governo municipal para a implementação de provas como única forma de ingresso. De acordo com alguns pais, a vontade de não querer cumprir o acordo seria uma das justificativas para o rompimento do convênio, o que não foi confirmado pela escola.
Procurada pela reportagem, a escola não quis se manifestar oficialmente sobre o caso e marcou para hoje uma entrevista onde dará todos os esclarecimentos. O secretário de Educação, William Campos, mesmo não tendo recebido um comunicado oficial e ficar sabendo da notícia através de pais de alunos, falou sobre o assunto. Disse lamentar muito o ocorrido, mas reconheceu que o Imep tem direito de não renovar o convênio, assim como o governo municipal tem de continuar utilizando o mesmo espaço e todos os professores para oferecer um ensino público de qualidade.
“Ao saber do fato, já entrei em contato com o Ministério Público e eles devem marcar uma reunião para o acerto das partes. Quando o MP pediu que o acesso às bolsas passasse a ser através de provas, foi assinado um TAC. Nesse ano, para preencher metade das vagas foi utilizado esse sistema. Para 2012, seriam todas assim. Quem quiser pagar, que fique com eles, mas digo que todos os professores são nossos e o prédio também. Não podem mudar as regras no meio do jogo e, assim, punir a população”, comentou William Campos.

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