Ônibus adaptados para deficientes circulam em linhas de três empresas

Tribuna de Petrópolis - 01/05/2011

Dirigentes de empresas de ônibus e o presidente da Associação Pró-Deficiente apresentam a novidade
Os deficientes de Petrópolis já podem contar com 11 novos ônibus adaptados para o transporte de pessoas com necessidade especial de locomoção. As empresas que contam com esta novidade são justamente aquelas que não entraram no processo de intervenção da Prefeitura Municipal: Cascatinha, Petro Ita e Cidade das Hortênsias. Os profissionais destas empresas já estão sendo treinados para a utilização do elevador nos veículos. A Associação Pró-Deficiente, através do presidente Marcelo Silveira, apoia a iniciativa.
“O treinamento é uma ação em conjunto das empresas com a associação. É um curso para qualificar os profissionais do transporte público da cidade”, disse Marcelo.
No dia 20 de abril, o treinamento foi realizado para funcionários da Cascatinha e da Petro Ita. As duas juntas possuem nove ônibus adaptados com acessibilidade aos deficientes. Neste dia, Marcelo e mais dois cadeirantes participaram das simulações com material cedido pela própria associação. O grande problema, de acordo com empresários, é que o relevo de Petrópolis não favorece o uso dos elevadores, pois eles só funcionam em locais planos.
“A Cidade das Hortênsias tem dois ônibus adaptados e os motoristas destas linhas são treinados. Além do elevador, é preciso ter também piso antiderrapante, banco amarelo e corrimão. São coisas que demandam um investimento maior”, declarou Carlos Salvini, proprietário da Cidade das Hortênsias.
De acordo com empresários, todos os ônibus devem estar adaptados até 2014. Entre as exigências estão melhorias no assento, iluminação, degraus e roleta.
“É preciso que o governo municipal adapte os pontos de ônibus na cidade. O Setranspetro tem uma van que está a serviço da Setrac (Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania). A associação vai cobrar medidas da prefeitura, pois é preciso dar condições das pessoas saírem de casa e tomarem os coletivos”, falou Marcelo.
“A Ethel Rosenfeld desenvolve um programa no Rio de Janeiro para lidar com pessoas com deficiência, como tratar de um cego e ensina o procedimento correto perante os cadeirantes. Como colocar e retirá-los de forma segura. Ela estará em Petrópolis no próximo mês. O curso é aberto a todas as empresas”, informou Marcos Henrique, psicólogo das empresas Petro Ita e Cascatinha.
A sugestão dos empresários para que o governo municipal opte pela implantação de vans em vez da adaptação dos ônibus passa também pela questão dos custos. De acordo com Carlos Salvini, um elevador custa R$ 12 mil e é pouco utilizado ainda. A compra de vans seria uma opção mais barata e simples. Estes veículos continuariam sendo administrados pelas mesmas empresas de ônibus.
“A Associação Pró-Deficiente comemora a chegada dos ônibus adaptados, mas infelizmente nem todos na cidade têm acessibilidade. Petrópolis possui 39 mil pessoas com algum tipo de deficiência. A questão das vans deve ser pensada. Elas sairiam do Centro da cidade em determinados horários e seguiriam direto para os bairros e ainda chegam em lugares onde os ônibus não vão”, disse Marcelo.
Amanhã, haverá reunião para tratar de acessibilidade no transporte coletivo com autoridades municipais. Foram convidados ao evento o prefeito Paulo Mustrangi, o deputado federal Hugo Leal, os deputados estaduais Bernardo Rossi, Marcus Vinícius e Márcio Pacheco e os empresários da área.

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