Até agora, Petrópolis tem áreas para construir apenas 208 casas populares

Tribuna de Petrópolis - 03/05/2011

A audiência pública reuniu autoridades municipais, estaduais e federais na Câmara de Vereadores. Prejuízo com as chuvas foi calculado em R$ 3,4 bilhões
Foi realizada ontem, na Câmara Municipal, uma audiência pública reunindo deputados federais e estaduais, vereadores e representantes da sociedade civil organizada, para tratar das causas da tragédia das chuvas em janeiro, que estão sendo investigadas pelas três casas legislativas. De concreto, foi anunciado um estudo estadual para construir moradias e  revelado o prejuízo provocado pelas chuvas: R$ 3,4 bilhões.
O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), presidente da CPI das Chuvas na Assembléia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), anunciou na audiência que já existem áreas na cidade definidas para a construção de 208 moradias: 112 no Mosela e 96 em Itaipava. A informação foi passada pelo governo estadual. Ele destacou ainda que dos sete membros da comissão da Alerj, dois são da cidade – os deputados Bernardo Rossi e Marcus Vinícius.
“Ao contrário da CPI municipal, presidida pelo vereador João Tobias (PPS), a nossa comissão tem o objetivo de buscar os responsáveis e enviar ao Ministério Público um encaminhamento para que sejam punidos. Foram muitos os responsáveis. Não podemos mais ficar parados, chegando a 906 mortos na Região Serrana e mais de 400 desaparecidos”, frisou Luiz Paulo.
Luís Eduardo Peixoto, titular da Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) e do Comitê de Ações Emergenciais, representou o prefeito Paulo Mustrangi. Ele informou que o governo municipal pretende fechar o abrigo que funciona em prédio cedido pelos Correios até o final de maio. Doze famílias ainda estão no local, à espera de um imóvel.
“Além das mais de mil famílias desabrigadas de agora, já tínhamos 420 na lista de espera. Os terrenos para desapropriação ainda estão sendo avaliados. O prefeito vai se manifestar nos próximos dias”, completou ele. Ele divulgou ainda a conta do prejuízo: R$ 3,4 bilhões de reais para a reconstrução da serra.
Também membro da CPI estadual, o deputado Marcus Vinícius (PTB) cobrou a presença do prefeito da cidade nas audiências sobre as tragédias de janeiro. “Aqui mesmo nos deparamos com um problema. A prefeitura, através do secretário Peixoto, diz não ter um terreno, mas o governo do estado anuncia já existir”, declarou ele.
O bispo diocesano d. Filippo Santoro disse que a realização da audiência é resultado do encontro promovido na UCP em março. A presença do religioso deu peso maior ao evento, de acordo com os próprios políticos envolvidos. “O pior mal dos homens é a perda da memória. É necessário investir na reconstrução humana e urbanística, a partir das áreas de risco de nossa cidade. É preciso também identificar as áreas seguras para poder recuperar as famílias”, disse o bispo. Um novo encontro foi marcado para o dia 19, às 9h, no campus Benjamim Constant da Universidade Católica de Petrópolis.
Estiveram presentes também os deputados federais Hugo Leal (PSC), Fernando Jordão (PMDB) e Aureo (PRTB); Bruno Wanderley, presidente do Petrópolis Convention & Visitors Bureau (PCVB); Jonny Klemperer, representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); Eduardo Dias, presidente da Associação de Empresários da Rua Teresa (Arte); José Ricardo Kreischer, presidente da Associação dos Guias de Turismo; coronel De Paula, da Defesa Civil; Charles Rossi, da Fundação de Cultura e Turismo; vereadores e secretários de governo.

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