Comissão Especial vai apurar dados

Tribuna de Petrópolis - 04/05/2011


Os vereadores querem explicações para a grande diferença entre a estimativa populacional e os números oficiais divulgados pelo IBGE: muitas dúvidas

Se esses são os números, qual é o motivo do esvaziamento da cidade? Foi a pergunta feita ontem pelo vereador Paulo Igor, presidente da Câmara Municipal, questionando os resultados apresentados pelo Censo no município. De acordo com o levantamento, Petrópolis tem 295.917 habitantes. A estimativa do IBGE em 2007 apontava a existência de 306 mil pessoas e em 2009 era de 315.119 habitantes. Os vereadores apontam erros na contagem populacional.
“Um segundo ofício está sendo feito pelo departamento jurídico da Câmara para ser enviado ao IBGE. O primeiro, respondido por eles, parecia vir de uma resposta pronta, muito superficial. Se realmente a população beira os 296 mil, queremos saber o que aconteceu na cidade. Se existe um controle de natalidade maior ou mais pessoas têm deixado a cidade para estudar ou trabalhar em outros municípios”, disse Paulo Igor.
O presidente do Legislativo municipal ainda destacou que a faixa de 300 mil habitantes é importante para conseguir alguns recursos federais. “Podemos perder, por exemplo, o projeto que previa duas Praças da Juventude, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Seria uma no Morin e outra no distrito da Posse. Dessa forma, ficaríamos com uma somente. O vereador Márcio Muniz já havia dito que há risco do corte de R$ 500 mil das verbas da saúde”, completou Paulo Igor.
Márcio Arruda não poupou críticas ao IBGE e disse que os políticos sempre são punidos, através do voto, quando falham. De acordo com ele, algo precisa acontecer com o IBGE no município. “Se for feita uma contagem séria, passamos dos 300 mil moradores em Petrópolis. Só porque o responsável deles é gente boa é que não fala nada”, disse ele.
Para tentar solucionar estes problemas e obter uma resposta do IBGE, ontem foi aprovada a abertura de uma Comissão Especial para analisar os números apresentados pelo Censo 2010. Ela será composta pelos vereadores Gil Magno, Márcio Arruda e Wagner Silva e a partir de hoje começam as suas atividades que têm prazo de 180 dias para conclusão. Gil Magno, presidente da comissão, comentou sobre os trabalhos que serão realizados.
“Vamos fazer algumas solicitações ao IBGE. A contestação é baseada em números que vamos colher. Será verificado o cadastro da Ampla, o número de eleitores, os alunos matriculados na rede pública e particular e demais dados que possam nos ajudar. Faremos um encontro de tudo para ver se a estimativa populacional dos últimos anos se confirma”, atestou ele.
O médico e vereador Márcio Muniz foi mais um a discordar do recenseamento. “Tenho certeza de que o Censo está errado. Com um pouco mais de tecnologia e boa vontade, era possível ter feito um trabalho melhor”. O líder comunitário conhecido como Beto do Carangola, que estava no plenário, fez questão de dizer que, no seu bairro, vários locais não foram visitados. “Muita gente ficou de fora, sei disso através do cadastro das agentes de saúde do Carangola”, afirmou ele.

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