Município compromete 30% do orçamento com a Saúde

Tribuna de Petrópolis - 22/05/2011


A própria secretária de Saúde do município, Aparecida Barbosa da Silva, reconhece que o maior desafio é driblar a escassez de recursos. A verba recebida mensalmente, cerca de R$ 12 milhões, garante o custeio da pasta. Mas ela diz que, se o Estado ajudasse, a realidade seria outra. Hoje, o único recurso estadual que chega à cidade é o de R$ 500 mil para custeio das duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) – o Governo Federal entra com os outros R$ 500 mil. 
“A prefeitura compromete 30% do orçamento com a Saúde, quando a lei exige um investimento mínimo de 15% da arrecadação municipal. Petrópolis só perde para Macaé e Volta Redonda, que possuem receita dos royalties do petróleo e de um alto ISS, respectivamente. Com isso, 97% dos procedimentos são feitos na cidade, o restante depende do credenciamento junto ao SUS ou é de alta complexidade”, explicou a secretária.
A produção ambulatorial referente a 2010 demonstra o trabalho que é feito com os recursos. Foram realizadas 330.901 consultas nos ambulatórios, sendo 174.160 na atenção básica e 128.346 em atendimentos de especialidades. As consultas de pré-natal chegaram a 12.115 e as de medicina do trabalho a 5.494. Dois casos de glaucoma foram diagnosticados e também foi efetuado o acompanhamento de seis pacientes com tuberculose. O número de exames chegou a quase 1,3 milhão. O total de cirurgias chegou a 92.574. 
A escassez de recursos é apontada por Aparecida Barbosa também como o principal entrave na negociação com os médicos de especialidades, que desde o ano passado reivindicam reajuste salarial. Segundo ela, ao ser reajustado o salário acaba comprometendo o orçamento municipal, pois recursos novos não entraram. “Acho justa e legítima a luta da categoria pelo reajuste, mas o dinheiro da Saúde é um só. Melhorar o salário dos médicos implica em tirar verba de alguma coisa. São 2.660 servidores da Saúde e, infelizmente, é grande o número também de licenciados. Dessa forma, é preciso pagar o afastado e quem o substitui”, declarou ela.
Ainda de acordo com a secretária, a ajuda do estado seria fundamental para que a Saúde do município tivesse maior capacidade de investimento. “A criação de um novo imposto pelo governo federal também é uma saída, mas deverá ser muito discutido em Brasília. A Emenda 29, ainda pendente no Congresso Nacional, diz que 12% da arrecadação dos estados deve ser investida na área de Saúde nos municípios”, disse ela.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casa de Stefan Zweig será aberta ao público no mês de novembro

Os maiores campeões brasileiros

Os maiores campeões brasileiros