Turismo perdeu R$ 106 milhões com a tragédia do Vale do Cuiabá

Tribuna de Petrópolis - 30/12/2011

Turistas voltaram a frequentar o Museu Imperial no segundo semestre, depois de meses com baixo movimento
Fim de ano é tempo de fazer balanços e avaliar lucros e prejuízos. A Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis já vem fazendo isso e, mesmo que ainda não tenha fechado as contas, já é possível ver o quanto custou a tragédia do Vale do Cuiabá e o abalo que provocou na economia do município pela repercussão negativa. Se em 2010 o PIB do turismo local foi de R$ 392 milhões, o deste ano deve fechar em R$ 286 milhões.
“Isso é só uma prévia, mas os recursos devem voltar ao patamar de dois anos atrás, em um ano que poderia ser de crescimento. Não gosto de falar em tragédia, pois isso faz com que a imagem da cidade esteja sempre associada a desastres e demore mais ainda a se recuperar. Realizamos um acompanhamento semanal dos números e o problema maior de 2011 foi a demora na recuperação, que só começou no meio do ano”, informou Aníbal Duarte, diretor de Turismo da FCTP.
Aníbal cita a taxa de ocupação como uma mostra da recuperação. Em fevereiro, somente 19% dos leitos estiveram ocupados nos hotéis e pousadas do município. Já em novembro, essa taxa chegou a 81% no Centro e 56% nos distritos, mostrando que ainda precisa melhorar. Para o Réveillon, a ocupação está em 70%. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) divulgou pesquisa que apontou 75% de ocupação para os estabelecimentos da cidade, o melhor índice da Região Serrana.
O número de visitantes (aqueles que não permanecem na cidade) e turistas (que gastam, pelo menos, uma diária) também deve cair. Se em 2009 eles foram 1, 8 milhão e chegaram a 1,93 milhão em 2010, o número deve ser próximo ao de dois anos atrás. Os oito mil empregos, diretos e indiretos, devem repetir a marca obtida no ano passado. Em 2010, eram 78 meios de hospedagem e 3567 leitos.
Em 2011, já são 91 estabelecimentos e 4800 leitos, contando inclusive com o Grande Hotel. Com a lei que instituiu o projeto Cama e Café na cidade, um meio de hospedagem oferecido em residências, e a criação de estabelecimentos nos dois próximos anos, como o Hotel Estação, o Hotel Werneck, a volta da Pousada Magister e o Hotel Quality, 2012 deve ser um ano mais promissor.
Nos estabelecimentos que têm entrada controlada por ingresso pago, as visitas chegaram a 629 mil e devem atingir, no máximo, 530 mil neste ano. Além de novos locais de hospedagem, a cidade ganhou novos atrativos, como o Museu de Cera, o Palácio Itaboraí, o Tour da Cervejaria Petrópolis e a Casa Cláudio de Souza. Já no próximo ano, serão inaugurados o Centro Cultural 14 Bis, que é anexo do Museu Casa de Santos Dumont, o Complexo Bohemia, com o Museu da Cerveja, e a Casa Stefan Zweig.
“Em 2011, estivemos presentes em 14 espaços que promovem o turismo, como feiras internacionais e a Abav - Congresso Brasileiro de Agências de Viagens e Feira das Américas. E acho que outra importante conquista da cidade foi o portal Destino Petrópolis, que teve a presença do ministro do Turismo em seu lançamento. É um local de apoio à atividade turística local e com serviços muito úteis. O turista pode fazer um roteiro pelos locais que deseja passar e consegue, através do site, imprimir um guia personalizado com essa rota”, divulgou Aníbal.
O diretor de Turismo da Fundação de Cultura frisou que todas estas iniciativas e ações não são fruto de uma política de ocasião, mas seguem o Plano Diretor de Turismo – Petrópolis Imperial 2010-2019, aprovado no ano passado. Ele determina as diretrizes e projetos a ser implantados pelo poder público nos próximos dez anos, com o objetivo de desenvolver o turismo local.

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