Rodoviários aprovam um reajuste de 10%

Tribuna de Petrópolis - 14/04/2011


O aumento aprovado pelo grupo passa a valer em 1º de maio

Após muita discussão, os associados do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis aprovaram ontem à noite a proposta do sindicato patronal e aceitaram os 10% de reajuste. O aumento passa a valer a partir de 1º de maio. A categoria reivindicava o reajuste para todos os valores do contracheque, mas a cesta básica e uniforme só foram acrescidos em 7%. A principal reclamação dos rodoviários é de que só vão receber o novo salário em junho, enquanto os de outras cidades já recebem neste mês.
“Esperava um número muito maior de pessoas. Só agora estamos conseguindo reunir todos os sindicatos da federação para dar condições de trabalho melhor a todos. Petrópolis já teve uma defasagem de 35% em relação ao Rio de Janeiro, mas já estamos igualando os vencimentos. As cidades da Região Serrana ainda estão um pouco atrás, pois serão as únicas a não ter os reajustes valendo a partir de 1 de março”, disse Antônio Tristão, presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores Rodoviários, que atua no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A principal justificativa de Antônio Tristão é que não adiantava marcar outra assembleia, já que a presença da categoria foi pequena. Ontem, 101 rodoviários estiveram presentes na sede do sindicato, na Rua Visconde de Souza Franco, 121, no entanto, com a demora para resolver a questão, muitos não ficaram para a votação. “Pensei que ia fazer a assembleia no meio da rua. As pessoas têm que entender que estamos discutindo o coletivo e não a vontade de uma minoria”, falou Tristão em um trecho do seu discurso.
Antes da votação, o presidente do sindicato, Antônio Maciel Filho, disse que aceitar a proposta patronal seria o melhor caminho nesse momento. A tabela com os reajustes prevê um aumento de R$ 127,08 no salário dos motoristas, R$ 69,99 para os cobradores e R$ 86,99 para motorista júnior e fiscais. Um motorista, que preferiu não se identificar, disse que deveria ser dado um reajuste de 10% em tudo. “Em 1995, o motorista recebia cinco salários mínimos. Hoje, ganhamos um pouco mais de dois salários. A perda salarial foi muito grande”, declarou ele.
Antônio Tristão chamou atenção ainda para a diminuição do número de cobradores, já que muitas empresas têm utilizado ônibus onde os motoristas realizam também o serviço de cobrança. “Já entrei com uma denúncia junto ao Ministério Público. Em pesquisa que realizamos na Federação, foi observado um aumento no número de acidentes em coletivos em que os motoristas desempenham as duas funções. Foram 14 mortes nos últimos anos. Sem contar que a composição tarifária inclui o salário dos cobradores”, relatou ele.

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