Dines em homenagem a Stefan Zweig
Tribuna de Petrópolis - 29/04/2011
Durante o evento, Alberto Dines falou a um teatro lotado |
Na noite de quarta-feira, uma palestra no Teatro Afonso Arinos, no Centro de Cultura Raul de Leoni, encerrou oficialmente a exposição Stefan Zweig Vive!. O evento contou com o jornalista e biógrafo do escritor austríaco, Alberto Dines, e com o professor e escritor Deonísio da Silva, que está lançando o romance Lotte, mulher de Zweig e companheira de suicídio. A exposição ainda pode ser visitada até o próximo domingo.
Antes da palestra, uma cerimônia realizada na Galeria Djanira encerrou a exposição, que desde janeiro á recebeu mais de mil visitantes. Estiveram presentes na solenidade o prefeito Paulo Mustrangi, o diretor-presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Charles Rossi, e o embaixador da Áustria, Hans-Peter Glanzer. Nos discursos das autoridades, foi confirmado o compromisso de ajuda à criação do Museu Casa Stefan Zweig, no local onde viveu e morreu o escritor: Rua Gonçalves Dias, 34.
“A cidade de Petrópolis tem um compromisso com a memória e a história de Stefan Zweig”, afirmou Mustrangi. O prefeito ressaltou ainda que o seu governo é comprometido com a cultura acima de tudo. “Estaremos inaugurando a primeira parte da casa até o fim deste ano, mas o desafio é muito maior. Peço que contem conosco para que o governo municipal leve o projeto à frente”, declarou Charles Rossi.
Alberto Dines, autor de Morte no paraíso, a tragédia de Stefan Zweig, é o presidente da casa e tem por objetivo transformar a residência em um museu. “Será um museu com acervo permanente. A casa será convertida em um centro de memória também para outros refugiados que vieram para o Brasil. Será dedicada a todos que venceram as dificuldades do Nazismo e do Estado Novo. A casa do número 34 da rua que leva o nome do poeta do exílio será morada dos heróis”, declarou ele.
A gerente executiva da casa e supervisora da exposição, Beatriz Cepelowicz Lessa, também falou sobre o projeto. “A Casa Stefan Zweig recebe ajuda de doadores privados, mas necessita de mais recursos. Vamos inaugurar a primeira parte da obra até novembro de 2011. Estaremos abertos para visitação e a própria obra será cartão de visitas para conseguirmos mais verbas”, relatou ela.
O museu servirá para que muitos que não conhecem a obra do austríaco, autor de Brasil, um país do futuro, possam ter contato com a legado deixado por Zweig. Uma pessoa em especial, entretanto, poderá redescobrir a obra dele: Míriam Silva, de 85 anos, morava em uma vila onde hoje está situada a UPA do Centro e via Stefan Zweig caminhar de volta para casa após ir ao cinema. “Inclusive consegui um autógrafo dele. Como o via passar quase sempre, me aventurei e fui até a casa dele. Ele mesmo atendeu a porta e autografou o livro que era da minha tia. Li Brasil, mas os outros a minha tia censurou e até hoje não consegui ler”, contou.
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