Novena de São Sebastião 2016 – 4º Dia

Novena de São Sebastião 2016
Tema – Misericórdia: caminho que une Deus e o homem
O quarto dia da novena foi conduzido pelo Padre Celestino, novo vizinho de nossa paróquia, já que desde outubro é pároco na Igreja de Santo Antônio do Alto da Serra. Voltando hoje das férias, tendo descansado em sua cidade natal, Nossa Senhora dos Remédios, trouxe algumas histórias de sua experiência no interior de Minas Gerais para ilustrar o tema dessa noite que foi “Somos chamados a viver de misericórdia”.
Logo no início da homilia, ele lembrou o quão difícil para nós é perdoar. “A misericórdia ocupa um lugar tão importante na pregação de Jesus que Ele utilizou algumas parábolas para nos aproximar dela como a ovelha perdida, a moeda perdida, o filho pródigo e o servo ingrato que tem uma grande dívida perdoada e não faz o mesmo com uma quantia menor que tinha a receber de um amigo”, explicou ele.
Com sua fala simples e cativante, o padre Celestino foi citando algumas histórias e situações que tem como temática o perdão. Até descontraiu a assembleia ao fazer uma pergunta, que continha uma certa dose de humor, mas nos levou a reflexão. “Qual a nossa diferença para o cachorro? O cachorro trata bem os de casa e late para as pessoas da rua. Nós tratamos bem os de fora e latimos para as pessoas de casa”, contou ele.
“Perdoar não é esquecer, é lembrar sem sentir dor. É como olhar para uma cicatriz antiga. Você vai se lembrar do machucado, mas não vai mais sentir a dor. Não devemos ficar remoendo, alimentando um mal que já passou”, disse ele citando a psicóloga Elizabeth Pimentel, que trata do perdão em suas palestras e lançou um CD famoso sobre o assunto há alguns anos.
Ele terminou a reflexão cantando um trecho da música Ida, conhecida do repertório do padre Marcelo Rossi: “Quem é que vai? Quem é que vai? Quem é que vai nessa barca de Jesus, quem é que vai?”.
Antes, porém leu um texto do Papa Francisco que compartilhamos aqui:
Durante a nossa vida causamos transtornos na vida de muitas pessoas, porque somos imperfeitos. Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos.

Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente. Mas agredimos. Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro.

Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe. E, assim, vamos causando transtornos.

Esses tantos transtornos mostram que não estamos prontos, mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma. O outro também está em construção e também causa transtornos.

E, às vezes, um tijolo cai e nos machuca. Outras vezes, é o cal ou o cimento que suja nosso rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo todo nós temos que nos limpar e cuidar das feridas, assim como os outros que convivem conosco também têm de fazer.

Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros dos outros. Esta é uma conclusão essencial: todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.

Perdoar é cuidar das feridas e sujeiras. É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros e que, como caminhantes de uma jornada, é preciso olhar adiante.

Se nos preocupamos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício. O convite que faço é que você experimente a beleza do perdão. É um banho na alma! Deixa leve!

Se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal, desculpe-me por todos esses transtornos… Estou em construção!”

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