ONG pode fechar por falta de recursos

Tribuna de Petrópolis - 06/11/2011

Uma instituição pede socorro. A ong Sal para a Terra, sediada no Retiro, realiza atividades com 90 crianças e adolescentes, de sete a 17 anos, das comunidades próximas às suas instalações (Neylor, Alemão e Vale dos Esquilos). No entanto, os trabalhos correm risco de paralisação, pois a entidade carece de recursos financeiros e humanos. O proprietário do imóvel que a ong ocupa há nove anos quer vender o espaço e, como eles não possuem verba para a compra, tiveram o aluguel aumentado de R$ 1,5 mil para R$ 2,5 mil. A Sal para a Terra conseguiu um desconto de R$ 500, mas ainda é insuficiente.
Atividades como psicologia, fonoaudiologia e pedagogia, que são consideradas fundamentais, além de nutrição e aulas de inglês, cabeleireiro, costura, canto coral e instrumentos musicais, não possuem instrutores voluntários. Os equipamentos existem, mas faltam professores que se apresentem para trabalhar voluntariamente. Já o reforço escolar, espanhol, informática, recreação, judô e manicure têm responsáveis em suas aulas.
Infelizmente, pelo aporte financeiro reduzido, não temos como manter os professores sem que sejam voluntários. Ajudamos com transporte e alimentação somente. É muito bom contar com pessoas, como os que estão atualmente com as aulas de judô e manicure, que já passaram pelo projeto e voltam para retribuir o que aqui foi aprendido. Queremos atender cada vez melhor as crianças das comunidades próximas e fazer com que elas não se percam. Temos condições de receber até 150 pessoas, atualmente são 90”, disse Roberta Lepsch Malaquias, vice-presidente da instituição.
A ong existe desde 1999, mas só ganhou o formato atual três anos depois, quando também foi para o atual imóvel. “Na época, era somente um galpão e as salas foram todas construídas com o auxílio de empresas como a GE Celma e a Ampla. Os proprietários estão colocando o imóvel à venda e ficamos de dar uma resposta até o dia 31 de outubro, prazo já expirado. Recorremos até ao banco e não conseguimos o financiamento. Com um serviço que é prestado gratuitamente, fica difícil chegar ao montante pedido até para o aluguel”, desabafou Roberta.
Para levantar os recursos que mantêm a ong de pé, existe um call center que realiza o contato com os doadores e procura captar novos colaboradores. A entidade ainda realiza quatro eventos grandes durante o ano, sempre com a necessidade de conseguir doações para as crianças. Essas datas especiais são Páscoa, Dia das Crianças, Natal e o Aniversário da Sal para a Terra, comemorado no dia 15 de julho. Neste último, é realizada uma grande festa de aniversário para todas as crianças.
Conseguir brinquedos novos para tais datas é muito difícil. Recebemos bastante comida e o que não é consumido no projeto é levado para casa”, explica  Renata Ríspoli, coordenadora do call center. Ela ainda citou o caso da padaria-escola, que já funcionou por um tempo, mas teve que ser paralisada. Existe a carência de matéria-prima para a produção de pães. Na biblioteca, faltam prateleiras para a arrumação de novos livros, assim como um voluntário que possa organizar a sala de leitura. “Um universitário, que precisa de horas de estágio em sua faculdade, seria muito bem recebido”, alertou Roberta Lepsch.
Carente de recursos e apoio, a ong se dispõe a receber aqueles que já ajudam com as suas doações e querem conhecer o projeto de perto e saber como o dinheiro está sendo aplicado. A Sal para a Terra fica na Rua Felipe Camarão, número 435, no bairro Retiro, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30. O telefone para contato é 2291-5018.

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