Moradores do Pantaleão buscam ajuda

Tribuna de Petrópolis - 03/07/2011

Gregório Miguel mostra o acesso à comunidade: falta luz e acesso a projetos
Descaso. É do que reclamam moradores da localidade conhecida como Morro do Pantaleão, que tem acesso tanto pelo número 450 da Rua Teresa como pela servidão Honorato da Silva Pereira, que fica na altura do número 608 da mesma via. Mais de 20 famílias ocupam a comunidade, que tem problemas de acessibilidade com o caminho muito acidentado. Pela dificuldade encontrada na entrada do local, o socorro demora a chegar. Assim, quatro pessoas já faleceram. Moradores culpam a demora no atendimento. Até focos de incêndio já foram apagados pelos próprios moradores.
“Apesar da proximidade com o Centro, parece que aqui é o local mais abandonado pelo poder público. Parece que a comunidade não faz parte de Petrópolis. São 26 crianças, morando a maioria delas em barracos de madeira. O acesso para todos nós é muito perigoso e fomos ainda prejudicados pela queda de barreiras. Para garantir a nossa passagem tivemos que improvisar e fazer obras nós mesmos”, declarou o morador Gregório Miguel.
Ele é professor de Muay thai, mora há 11 anos na área e tem dois filhos. Na falta de um líder comunitário, ele mesmo está procurando ajuda para solucionar os problemas ou pelo menos para amenizá-los. “Foram quatro falecimentos por aqui nos últimos meses. Luzia da Fonseca e Sebastião José da Fonseca morreram com problemas de coração. Já Maria das Graças Reis Santos foi por uma causa desconhecida, assim como Adilson de Souza Carvalho. Neste último ainda fiz massagem cardíaca, mas o socorro só chegou três horas depois”, desabafou.
Se durante o dia o acesso já é difícil, à noite a situação é ainda é pior. “Uma pessoa já caiu nesse caminho e acho que isso foi um alerta. Outros acidentes podem acontecer”, avisou Gregório. Como grande parte da servidão não tem iluminação pública, outros serviços também não chegam ao logradouro. A capina é feita pelos próprios moradores. “Aqui não vem bombeiro, nem ambulância e muito menos Polícia Militar”, finalizou Gregório Miguel.
A primeira habitação naquela localidade já é centenária e é onde Gregório reside. O loteamento de fato começou na década de 1960. Perdidos entre a Rua Nova e a Rua Teresa, os cerca de 70 moradores do Morro do Pantaleão ainda carecem de apoio até para o recebimento do programa Cesta Cheia, Família Feliz. De acordo com eles, o programa só pode ser levado a comunidades que possuem associação de moradores.
A Secretaria de Obras informou que enviará um técnico ao local para fazer uma vistoria e analisar quais as intervenções que podem ser feitas na servidão. Já a Companhia de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep) informou que o local já está no cronograma da capina da companhia.

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