Dez anos do Gol de Pet

Gol do Pet: Corrida para um gol histórico


Onde você estava e o que fazia na tarde do dia 27 de maio de 2001? A frase utilizada para marcar ocasiões históricas serve bem para este momento. Há exatamente 10 anos, o sérvio Dejan Petkovic escreveu seu nome na história do Flamengo com um golaço de falta. E não foi só um golzinho qualquer. A cobrança perfeita no ângulo esquerdo da meta vascaína de Hélton garantiu o Campeonato Carioca daquele ano e o quarto Tricampeonato da Gávea. A conquista emocionou, marcou e encantou uma geração de rubro-negros. Só quem viveu sabe.
Era o terceiro confronto Flamengo x Vasco no intervalo de 14 dias. No primeiro, 13 de maio, os times se enfrentaram com o Vasco já campeão da Taça Rio e classificado para a final. O Flamengo havia vencido a Taça Guanabara em cima do Fluminense em uma histórica cobrança de pênaltis, com gol espírita do lateral-esquerdo Cássio sobre o tricolor Murilo. Foi 0 x 0 este jogo. Serviu também para colocar reservas e algumas promessas em atividade. O jovem Nélio era o destaque da época.
Já em 20 de maio aconteceu o primeiro jogo da final do Carioca. É bom lembrar que o Vasco tinha um timaço, que havia sido campeão brasileiro e da Mercosul no ano anterior. Ganhar de rivais assim valoriza ainda mais o título. Mas não foi isso que aconteceu nessa partida. O time da Cruz de Malta saiu na frente da decisão e ganhou por 2 x 1. O gol rubro-negro foi de Pet.
Então, na finalíssima de 27 de maio, o Flamengo entrava mais uma vez em desvantagem e precisava vencer por dois gols de diferença. Na final é que o time se supera e faz de tudo para conseguir o almejado caneco. Em um primeiro tempo tenso, deu 1 x 1 no placar, com gols de Edílson, de pênalti, e do vascaíno Juninho Paulista empatando. No início da segunda etapa, o Capetinha fez de cabeça o segundo gol, que colocava o Flamengo novamente na frente e fazia dele o artilheiro do Carioca com 16 gols. Após muita pressão, uma falta cometida por Fabiano Eller em Edílson era a grande chance de gol.



Era longe, distante mesmo. Era o tipo de cobrança para quem gosta de chutar forte, como o atual meia Renato Abreu. Mas Petkovic pegou a bola e sabia que era a sua grande chance. A Nação sabia. Zagallo rezava. Aos vascaínos só restava secar. Magistralmente e iluminado pela mesma camisa 10 de Zico, a batida de longe não foi com força, mas como todo o carinho necessário para ir ao gol adversário. Não foi falha de Hélton, que se tornou um grande goleiro do Porto. Foi gol, foi mágica, foi Pet. A comemoração que rendeu algumas dores lombares ao sérvio demonstra o momento. Era se jogar, se lançar aos braços do povo.
Naquela hora nem vi a comemoração. Sai gritando ao ponto de me debruçar na janela da sala da minha casa, no 2° andar. Foi uma verdadeira catarse. Uma explosão de alegria. Flamengo campeão, Flamengo Tricampeão, Vasco Vice, Pet Eterno. Dedico este texto ao meu falecido tio Antônio que via o jogo comigo naquele dia e ainda me levou ao Centro de Petrópolis para ver a festa rubro-negra.  Foi a minha maior emoção no futebol.

Também no Papo com o Pissurno no Futnet e no Blog do Pissurno
Twitter – @LeonniPissurno

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Casa de Stefan Zweig será aberta ao público no mês de novembro

Os maiores campeões brasileiros

Número de ligações já dobrou com divulgação de Disque Denúncia local