INSS vai administrar bens de Escóssia da Veiga

Tribuna de Petrópolis - 10/09/2011


O crime completa 20 anos, mas as suas consequências são bem atuais. O rombo provocado pela quadrilha de Jorgina de Freitas aos cofres do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e que já soma R$ 1 bilhão, em valores corrigidos, é ainda hoje objeto de muito trabalho para procuradores federais. Nessa semana, a Advocacia Geral da União (AGU) conseguiu uma liminar, deferida pela 29ª Vara Federal do Rio de Janeiro, para que o INSS passe a administrar 44 imóveis sequestrados do advogado Ilson Escóssia da Veiga, também integrante do bando.
Os bens ficarão sob a responsabilidade do GT-50, formado por procuradores e servidores do INSS, e do Núcleo de Ações Prioritárias (NAP) da Procuradoria Regional Federal (PRF) da 2ª Região. O objetivo desta iniciativa é deixar tais imóveis isentos de condomínio e IPTU até que  sejam leiloados. O sequestro de bens para o INSS foi utilizado primeiramente pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e agora foi estendido também a nível federal.
Dos 44 imóveis, 16 deles ficam em Petrópolis: 14 lojas e vagas de garagem e dois terrenos. Estes bens foram adquiridos como produto dos delitos e somavam, em maio de 1999, R$ 161 mil em dívidas relativas a cotas condominiais e tributos. Constam também imóveis em Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Maricá, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Volta Redonda e Rio de Janeiro. A AGU, para não atrapalhar as investigações, não divulgou o endereço dos imóveis na cidade.
No nome do advogado falecido estão 23 imóveis em Petrópolis, sendo uma sala na Rua Dezesseis de Março, um apartamento na Rua Dr. Nelson de Sá Earp e o restante no prédio do número 81 da Rua Aureliano Coutinho: quatro lojas, cinco apartamentos e doze vagas de garagem.
De Escóssia já foram recuperados cerca de R$ 35 milhões através do leilão de 36 imóveis e 522Kg de ouro. Ilson Escóssia da Veiga foi investigado pela CPI da Previdência, que foi instaurada para apurar desvios sob a administração de Antônio Rogério Magri naquele ministério. O ex-advogado foi apontado como o maior fraudador do INSS. Ele foi condenado em 1992 e ficou preso até a sua morte, em 2006.

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