Pedras soltas no 14 Bis podem atingir colégio Bom Jesus

Tribuna de Petrópolis - 14/01/2012

A pedra, escondida atrás da densa vegetação, fez com que moradores deixassem suas casas: eles esperam a obra
Atrás da densa vegetação se esconde o perigo. Moradores da Rua 14 Bis, no Centro, convivem com as incertezas e o medo de que uma tragédia possa acontecer na localidade. Desde janeiro de 2010, quando tanto a Defesa Civil como um geólogo contratado pelos próprios moradores confirmaram o risco do rolamento de pedras, a ameaça é constante para várias casas. Foi por isso que a paisagista e decoradora Ana Paula Soares se mudou da casa recém comprada no número 111 da rua e espera voltar um dia, quando as obras garantirem segurança a todos. A maioria não tem pra onde ir.
Em dezembro, o secretário de Obras do município, Stênio Nery, disse que as obras na 14 Bis já estavam em fase final, com a expectativa de conclusão para o fim de janeiro. Os moradores contestam a informação e dizem que o trabalho pouco avançou desde novembro. Há quatro meses, ninguém da Secretaria de Obras vai ao local. De acordo com a vizinhança, uma pessoa daquela repartição teria dito que ali é “um morro doente, que não tem cura”. Com o período de chuvas, a preocupação é permanente.
“Exatamente em 6 de janeiro de 2010 fizemos um pedido de vistoria à Defesa Civil, após chuvas fortes no início daquele ano. Os técnicos alertaram sobre os riscos e eu mesma passei a avisar as pessoas da localidade, noticiar o que estava acontecendo. Nos mobilizamos e pagamos um estudo feito por um geólogo que confirmou o perigo iminente das pedras rolarem e acabarem provocando uma tragédia sem precedentes. Se elas caírem não levam só as casas daqui de cima, mas chegam até a Rua Santos Dumont, e ainda estão na direção do colégio Bom Jesus Canarinhos”, declarou Ana Paula.
A associação de moradores da 14 Bis, na pessoa do líder comunitário Flávio Oliveira Machado, entrou, em agosto de 2010, com um pedido no Ministério Público para intervenção no local, que obrigou a realização de obras. Estas começaram somente um ano depois. “A nossa maior preocupação é ver que o processo está devagar. Pedimos agilidade nas obras antes que alguma coisa mais séria aconteça por aqui”, enfatizou Flávio, mostrando que as máquinas estão paradas há dois meses, mas já haviam sido levadas para o lugar em mau estado de conservação.
Ana Paula salientou ainda que na conversa que teve com o geólogo que vistoriou a área a seu pedido, o profissional mostrava que uma pedra maior, chamada de pedra mãe, dava suporte às outras. Caso algum abalo aconteça com ela, o morro vai descer. Outro ponto que causa preocupação é a grande quantidade de água que desce das minas do alto da montanha e passa pelas pedras. Essa água ajudaria a escavar as bases dos blocos rochosos, que só teriam as raízes das árvores para segurá-los.
A Secretaria de Obras informou que os equipamentos que vinham sendo utilizados pela empresa responsável pela intervenção apresentaram problemas mecânicos, mas já estão sendo substituídos. Os trabalhos não foram suspensos e os operários continuam realizando serviços na localidade.
A Secretaria de Obras ressaltou que todas as intervenções estão sendo realizadas pelo estado. Todavia, a secretaria salientou que o município vem trabalhando em conjunto com o governo  do estado, auxiliando com todos os procedimentos, no intuito de agilizar as obras na região. Em paralelo, a secretaria está construindo uma nova rede de captação de águas pluviais na localidade.

Comentários

  1. Oo muito perigoso isso, o governo já deveria ter dado um jeito...mas acho muito falar que pode pegar o colégio bom jesus, eu estudei no colégio e conheço bem o terreno, lá não é muito inclinado e tem uma mata muito grande atras, alem de ter um estacionamento entre a mata e o colégio, acho difécil chegar a acertar o prédio do colégio. Tomara que eles estejam errados e não ocorra nada.

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